No dia
05/12 comecei a ter contrações mais fortes mas que não estavam regulares ainda, mesmo assim passei na emergência pois estava doendo bastante, nesta data estava com
idade gestacional (IG) de
39+5 com
altura uterina (AU) de
36. Foi feito o exame de toque
(colo fechado e alto), realizado o exame de
perfil biofisico fetal que nada mais é uma ecografia que avalia como esta o feto e sua movimentação dentro do útero, me colocaram no
map para verificar o tempo das contrações e me deram soro com remédios para ver se as dores evoluiam ou passavam. Como as dores diminuíram e as contrações não estavam regulares fui liberada e informada que estava nos
pródomos de trabalho de parto e que as coisas poderiam demorar um pouco mais.
Dia
07/12 foi minha última consulta de pré natal, minha
IG era de
40+3, meu colo continuava fechado e alto por isso a minha medica quis esperar até o dia
12/12 quando eu fecharia as
41 semanas para então induzir o parto. Essa foi a semana mais demorada da minha vida, contava as horas, minutos e segundos pois sabia que logo estaria com a minha bebezuda nos braços. No dia
10/12 comecei a perder o
tampão mucoso, ter contrações irregulares e a baby mexeu muito pouco. Passei na emergência foi feito o exame de toque, estava com 1cm de dilatação e como o colo estava mole o médico "dilatou" manualmente o segundo cm, a
AU estava
35 e o bebê estava cefálico, fiz novamente o
map e como as contrações não estavam efetivas fui mandada pra casa.
No dia
11/12 fui novamente no hospital pois as contrações aumentaram e o tampão começou a vir com sangue, no exame físico foi verificado a
AU que estava em
34, colo mole com 2cm de dilatação, bebê cefálico e bolsa integra. Me colocaram no
soro para observar se as coisas evoluiriam ou se permaneceriam na mesma, novamente fiz o
map e como nada aconteceu recebi alta com orientação de voltar no dia seguinte para a indução. A madrugada foi a mais longa de toda a gravidez, não só por causa da ansiedade mas porque estava com dores horríveis e não consegui descansar quase nada. Dia
12/12 cheguei na maternidade por volta das 10h da manhã, estava com o colo fino, ainda com 2cm, bebê cefálico e com 2 contrações em 10 minutos. Foi feito a amnioscopia onde o médico viu que o líquido ainda estava claro e viu também os cabelinhos da minha bebê, como estava só com 2cm ele me mandou caminhar e voltar dentro de 3h ou se as dores aumentarem.
Eu e meu marido caminhamos em volta do hospital e as dores foram ficando cada vez mais doloridas e parecia que a bebê ia sair a qualquer momento, voltamos ao hospital e demos entrada nos papéis da internação. Meu esposo ficou todo o tempo comigo na sala de pré-parto, me mandaram para o banho, fizeram umas perguntas, deixaram eu usar a bola mas logo me colocaram na ocitocina
(30ml/h) e no
map as dores continuaram fortes mas não ritmaram o suficiente para dilatar mais, passado algumas horas o médico resolveu aumentar a ocitocina para
60ml/h , nessa hora as dores ficaram horríveis, insuportáveis mesmo estava tendo contrações uma atrás da outra o útero contraia mais de 7 vezes em 10 minutos, sem parar e eu lá gritando, porque a dor vinha do rim direito e não das contrações. O médico foi avisado, mandaram suspender a ocitocina, colocaram soro e mesmo assim continuava contraindo sem parar, nessa hora me mandaram para o chuveiro quente, fizeram um exame de urina que deu positivo para infecção por isso me deram antibiótico na veia e me deram um remédio para dormir.
Acordei somente as 10h do dia seguinte, sem sentir nenhuma dor, comi somente uma gelatina e fiquei aguardando os próximos passos. Um outro médico veio me examinar
(porque minha mãe fez um escândalo na portaria kkkk ) fez o toque e eu estava com 5cm de dilatação, dilatei sem sentir dor, sem sentir nada ... foi feito a amnioscopia novamente e o líquido da bolsa continuava claro, fui novamente para a ocitocina
(30ml/h) e as dores foram doloridas mas tranquilas de aguentar. A cada contração eu respirava fundo e trancava o ar alguns segundos, logo a bolsa estourou e saiu uma água preta, nessa hora começou uma correria das enfermeiras e médicos, me mandaram para um banho rápido, fizeram o
map que não durou nem 10 min e logo um médico disse para prepararem a sala que ia ser cesária
.
Na sala tinha eu, dois médicos uma enfermeira e uma pediatra, eles ficaram conversando e arrumando tudo, logo o anestesista chegou e me aplicou a raqui
(só senti a picadinha da agulha, não doeu nada), nessa hora senti as pernas formigarem e fiquei rindo, o anestesista me explicou o que era esperado e ficou conversando com o pessoal depois. Colocaram o paninho na minha frente e eu fiquei perguntando: "
cadê meu marido? " e logo ele entrou na porta. Quando ele entrou eu ja estava sendo cortada, menos de 5min o médico fala para ele:
" pai, pode levantar para ver." Nessa hora meu marido levantou e disse para mim:
" ela é bem gordinha amor!" E eu tri perdida:
" já nasceu? Não senti nada! " , depois lembro de pergunta porque ela não tava chorando - A bebê chorou em seguida, um choro cortado, a pediatra me mostrou super rápido ela e já levaram correndo, meu marido estava em choque, eu tive que falar 2× para ele ir atrás da criança
kkkkk. Uns 10min depois volta ele com nossa filha nos braços para me mostrar, todo bobo. Não pude segurar ela e nem amamentar naquele momento, ela estava com uma forte dificuldade para respirar, tinha feito cocô na barriga e precisava fazer exames e atendimento rápido, por isso levaram ela de novo e só fui ver minha filha muito tempo depois do parto
(ela nasceu as 13h27 e fui vê-la as 23h) na unidade neonatal do hospital pois os exames apontaram uma infecção
(sepse) e como ela continuava com uma disfunção respiratória precisou ficar na incubadora.
Quando vi ela, as lágrimas encheram meu olhos, tão pequena, tão indefesa e cheia de fios ligados nela, mas não deixei nenhuma delas cair, ela veio para o meu colo, ficamos nos olhando apenas, uma enfermeira veio e me explicou o que estava acontecendo, disse que poderia visitá-la quando eu quisesse. Fiquei muito tempo com ela no colo, até ela dormir para então ir para o quarto. Meu coração estava em pedaços nessa hora, sentindo aquela culpa de mãe, pensava a todo instante que eu deveria ter cuidado mais das minhas crises de infecção urinária, que ela estava passando por isso por minha causa. Mas nessa hora Deus envia anjos para nos ajudar e foi nesse momento que aprendi a força da oração de uma mãe
. ...
Dados do nascimento: