Decisões precisam ser tomadas, digo isso com muita dor no coração pois me encontro presa na seguinte questão Maternidade x Carreira. Eu estou fazendo faculdade , falta pouco para terminar, mas não quero esperar acabar para conceber o meu baby, sei que é dificil ser mãe e estudante ao mesmo tempo, por conta de todos os incômodos da gravidez (e na finaleira da barriga), mas eu acredito que quando ser quer alguma coisa, se da um jeito, basta se organizar.

Até Setembro/14 eu estava empregada, mas fui demitida e como estava grávida não procurei outro emprego. Nessa época meu marido ainda estava no período de experiência do novo emprego e essa era a nossa preocupação, mas graças a Deus ele passou no contrato e os chefes gostam muito do trabalho dele, mas moramos de aluguel e as coisas começaram a ficar apertadas, tivemos que cortar certos "luxos", logo após o aborto eu decidi que voltaria a trabalhar para ajudar nas finanças da casa, mas me surgiu a grande dúvida: E se eu ficar grávida de novo ?! 

Me informei sobre os direitos trabalhistas das grávidas, estou atenta ao que pode ou não acontecer, mas acontece que recebi uma proposta para trabalhar, uma oportunidade para aprender, me aperfeiçoar na minha área, mas as atividades requerem esforço físico e eu trabalharei por sistema de comissão (então quanto mais eu trabalho, mais ganho! :D ), dai fico pensando, se eu engravidar acabarei tendo que trabalhar menos, ganhar menos. Com certeza as coisas ficaram mais apertadas (o aluguel come na mesa, como se diz!), tenho medo também de me 'sujar' com a empresa que esta abrindo as portas para mim, me dando esta oportunidade, mesmo eu ainda não tendo experiência na área, enfim ... tanta coisa passa pela minha cabeça que me deixa tonta.

Minha mãe diz que devo escolher, tomar uma decisão para 2015, mas não posso pensar só em mim, tenho que pensar no meu marido, pois mesmo ele concordando e querendo muito ter um filho, eu não posso deixar ele se matando tanto para nos manter. Por enquanto aceitei a oportunidade, porque acho que não devo ficar em casa, contando os ciclos, passando por apertos a espera da querida cegonha (até porque as vezes ela demora!), oro todos os dias para Deus me mostrar o melhor caminho, mas ainda não entendo as lições que Ele quer me dar, apenas deixo nas mãos dele a minha vida pessoal e profissional, Ele sabe o que é o melhor para mim.

Desculpem o sumiço mas estava desanimada para postar, sem novidades, sem esperanças e sem forças para recomeçar. Depois de um mês e quinze após a perda do meu anjo, um novo ciclo mestrual se inícia para mim. Nessa hora a ficha cai, você acaba se lembrando daquilo tudo que você planejou para esse recomeço e vê que esta sem coragem, o medo que antes era normal agora é enorme e vai te matando com inúmeros pensamentos ao longo dos dias.

Deveria comemorar este inico do ciclo, comemorar o fato de tudo estar voltando ao seu normal, mas confesso, achei que ainda tinha uma chance, achei que poderia engravidar novamente, assim como um milagre,ter ovulado sem querer e engravidado, mas não aconteceu assim, eu fiquei pensando como as coisas estariam agora se nada daquilo tivesse acontecido, se meu bebê ainda estivesse aqui ... a ficha literalmente caiu para mim agora e ninguém sabe, por isso fico sorrindo e dizendo que logo vou conseguir, mas o pensamento que fica martelando a minha mente é "quando isso vai acontecer ?", "será que vai demorar muito ?!" 

Eu não tenho essas respostas, mas fico pedindo a Deus que me dê paciência e que acalme meu coração que ainda chora, para que eu possa receber essa bênção, esse anjo que eu sei que ainda me espera.

Hoje eu vim falar sobre o aborto espontâneo, mas não o porque acontece, nem como ocorre e  sim sobre o que aconteceu comigo, a minha história.

Minha última menstruação foi em 9 de agosto de 2014, estava prestes  a iniciar o tratamento com Clomid (indutor de ovulação), mas não iníciei porque a minha médica me pediu para fazer o exame de histerossalpingografia e o meu marido o espermograma, como estámos sem plano de saúde e este exame feito particular é caro, resolvemos não fazer.

Dia 09 de setembro minha menstruação não apareceu, como as atrasos estaham virano rotina esperei até o dia 16.09. No dia 16 nada da bendita apareceu então fiz um beta hcg que deu exatamente 25 UI/L conforme o laboratório  aquilo  ainda é indeterminado,  deveria repetir o exame. No mesmo dia passei no posto de saúde e fiz um teste rápido, que deu duas linhas ( uma fraca e outra forte ), sai de lá com uma nova requisição para repetir o beta.

O novo beta que eu fiz no outro dia deu <5 , negativo.  Fiquei sem entender, mas esperei até o dia 30 e repeti o exame,que desta vez deu positivo, >200 UI/L !! No dia 02.10 eu tive um sangsangramento, bem pouco, sem dor, nem coágulos, no dia 3.10 fiz uma ultra e estava com 5 semanas e 3 dias, vi somente o saco gestacional com pequeno  descolamento, localizado no meio do útero. O médico me pediu repouso absoluto, pois era uma ameaça  de aborto. Naquela noite ao tomar banho, desceu, sem dor alguma, desceu tipo um coágulo de uns 2 cm.

No sábado continuei com o sangramento, cólicas fracas, barriga inchada e com um peso no centro, então resolvi ir numa emergência, o médico de lá não me disse nada, mandou ficar de repouso, repetir o beta e tomar buscopam simples. Continuei em repouso e dia 09 de outubro fiz uma ultra e vi que meu útero estava limpo e vazio, tive um aborto completo, como diz o laudo médico.

Como puderem ver no tive forte dores, muito menos sangramentos abundantes, a única coisa que diferenciou cada dia foi a barriga que estava inchada e com um peso ao centro e depois desapareceu e as calças voltaram a entrar. A gente sempre pensa positivo, nunca espera que isso vai acontecer com a gente, mas me mantive na fé, pois no meu coração havia sido aberto um buraco, parecia que eu tinha perdido uma criança que vivia comigo faz tempo, tudo ficou sem cor e é uma dor que vou carregar pela vida toda, mas hoje, um pouco recuperada, posso agradecer a Deus por ter sido mãe de um anjo. ♡♡♡

Antes eu tinha a idéia de que para engravidar era só parar de tomar a pílula e pronto, mas com o passar dos dias fui vendo que as coisas podem não ser tão simples assim. Hoje resolvi falar sobre os exames básicos, ou pré-concepcionais.

Hoje venho escrever após longo tempo afastada do mundo dos blogs e confesso, estou muito sem jeito com isso tudo, mas aos poucos vamos nos acertando.

Minha idéia de criar este blog  veio depois da perda do meu primeiro bebê, pois mesmo as pessoas dizendo " eu entendo o que você esta passando" ou " eu sei como você esta se sentindo" eu sabia que elas não imaginavam a dor que eu estava sentindo, os sentimentos ruins que estavam lotando o meu peito, pois elas não passaram por isso, só quem perde um filho, seja ele ainda um feto, um bebê ou uma criança sabe como dói  o vazio que fica. Por isso resolvi colocar aqui a minha luta para engravidar e juntar a minha história com tantas outras que por ai existem.